sábado, 19 de junho de 2010

**ARTIGO: AS TEORIAS QUE FUNDAMENTAM A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL


AS TEORIAS QUE FUNDAMENTAM A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL


Eliane Silveira Gonçalves

RESUMO

Conhecer as práticas que fundamentam a educação é fundamental para profissionais dessa área. É a partir dessas teorias e mesmo de algumas teorias posta em prática que poderemos saber como dar ao nosso aluno uma educação realmente com algum sentido para a sua formação intelectual, físico e social. É a partir de algumas teorias como a do construtivismo tendo como seu maior representante Piaget, mesmo sabendo que ele não investigou sistematicamente a alfabetização, mas sim as pesquisadoras Emilia Ferreiro e Ana Teberosky se especializaram em alfabetização. Elas focaram suas investigações no conhecimento de “como lêem as crianças que não sabem ler “e“ como escrevem as crianças que não sabem escrever“, a teoria Montessoriana, a pedagogia de Freinet, a pedagogia de Waldorf que defende a formação integral do aluno.

Palavras-chave: Concepções Teóricas, O Ideal, A realidade

 INTRODUÇÃO

Dentre as teorias que fundamentam a educação infantil é importante que conheçamos algumas para nortear nosso trabalho e assegurar que estamos no caminho certo. Começando por conhecer nossos principais teóricos podemos a partir de suas descobertas proporcionar a nossos alunos uma educação com mais efeito e certeza de seu desenvolvimento cognitivo, físico e social. Segundo o site IEEB :

Algumas escolas se dizem partidárias de um método ou teoria, mas faz-se necessário saber distinguir as diferenças entre ambos. Existem teorias da aprendizagem, ou seja, hipóteses e modelos de como o ser humano aprende, e métodos pedagógicos, isto é, maneiras de proceder nesta e naquela situação. Dentre os utilizados no Brasil destacam-se os de Piaget, Freinet, Montessori e Waldorf. Mais recentemente as idéias do norte-americano Howard Gardner (inteligências múltiplas) começaram a ser difundidas, este último é um crítico implacável dos testes de QI e de aptidão escolar. Considerado um dos principais pedagogos do final do século passado. Esteve no Brasil em 1997 para uma série de palestras.

Mas não podemos deixar de lado as teorias dos primeiros pensadores da educação infantil como, por exemplo: Comênio (1592-1657) séc. XVII; Rousseau (1712-1772) e Pestalozzi (1746-1827) séc. XVIII; Fröebel (1782-1852) séc. XIX; Dewey (1859-1952) já no século XX, pois com certeza sem os seus estudos nessa área talvez hoje não tivéssemos chegado a conhecer tantas teorias e métodos como temos a nosso dispor.

CONCEPÇÕES TEÓRICAS

Há várias, mas as que realmente embasam o trabalho na educação infantil no Brasil são: Pedagogia de Freinet, Waldorf, A escola Construcionista, Montessoriana e a Construtivista. Mas nem sempre foi assim.

No início do século passado, no Brasil, o que tínhamos eram as chamadas “creches” que visavam atender as crianças de mães que trabalhavam fora de casa e o atendimento envolvia basicamente à alimentação, higiene e segurança física, tendo assim um caráter puramente assistencialista.

Com o decorrer dos anos e através da Constituição Federal de 1988, a educação pré-escolar passou a ser vista como necessária e um direito de todos, além de ser dever do Estado e que deveria ser integrada ao sistema de ensino. A partir daí, tanto creches quanto pré-escolas foram incluídas numa política educacional, seguindo uma concepção pedagógica, deixando de ter um caráter assistencialista apenas.

Quando dizemos que a pré-escola tem uma função pedagógica, estamos nos referindo, portanto, a um trabalho que toma a realidade e os conhecimentos infantis como ponto de partida e os amplia, através de atividades que têm um significado concreto para a vida das crianças e que, simultaneamente, asseguram a aquisição de novos conhecimentos.

Foi a partir dos estudos realizados pelos teóricos já citados anteriormente que a função pedagógica das creches e escolas traçou algumas diretrizes práticas para favorecer o processo de alfabetização de seus alunos.

PEDAGOGIA FREINET

É um teórico que se diferencia dos outros pelo fato de desenvolver uma pedagogia diferente, ou seja, que partia da vontade, interesses dos próprios alunos a fim de propiciar relações mais autônomas, críticas, democráticas e livres.

Conhecendo a personalidade de seus alunos, ele foi percebendo que o interesse das crianças estava fora da sala de aula, questionou então que se o interesse esta fora da sala porque ficar dentro dessa sala, resolveu fazer as aulas-passeio, na volta dos passeios à atmosfera era outra. Não havia a tradicional separação entre professor e alunos, todos se comunicavam num tom familiar, discorrendo sobre os elementos de cultura adquiridos.

Naquelas aulas-passeio eles entravam em contato com a geografia, a história, com as ciências, o que significava um despertar para a compreensão do mundo. Como dizia Freinet, era a escola que tinha se aberto para a vida.

É de suma importância destacar que Freinet não queria implantar, através de suas técnicas, um método intocável, que não pudesse ser modificado. Pelo contrário, os correspondentes, ao apresentarem dificuldades em suas aulas, trocavam idéias, comparavam resultados e juntos com Freinet, construíam uma nova pedagogia, a Pedagogia do Bom-senso. Era esse o espírito de Freinet, permitir, com o passar dos anos, que novas técnicas e novos instrumentos viessem enriquecer e facilitar o trabalho de professores e alunos.


PEDAGOGIA WALDORF

A educação Waldorf procura um equilíbrio entre os trabalhos artísticos, acadêmicos e práticos, educando a criança como um todo, envolvendo as emoções, o físico e o cérebro.

Para Waldorf o professor deve ser um profundo conhecedor do ser humano, deve usar o amor como base da relação com os alunos e ter qualidades artísticas, principalmente criatividade e fantasia.

Outro fator importante nessa pedagogia é que cada idade tem suas necessidades. No primeiro período aprende-se por imitação, de maneira eficiente, mas pouco consciente. Dos 7 aos 14 anos a criança é educada por meio de uma vida de sentimentos, emoções, vivência e estética. Dos 14 aos 21 educa-se para aprender a lidar com o mundo com ênfase na ética, tornando-se cognitiva.

A ESCOLA CONSTRUCIONISTA

Como o nome já diz a escola construcionista sugere que o aluno aprende construindo e assim sendo segundo Seymour Papert, aluno e discípulo de Piaget, não é possível desenvolver-se uma linha metodológica construcionista sem o apoio dos kits da Lego Educacional, empresa da Dinamarca produtora de blocos de encaixe a programas de computador.

O que Seymour quis mostrar com sua escola construcionista é que o aluno deve ser desafiado à construção de entidade inteligível ao invés de uma aquisição de saberes e fatos fora de um contexto material.

A ESCOLA MONTESSORIANA

Na alfabetização usa-se o método fonético apresentando para a criança a letra e seu som. Associa-se o som a uma imagem conhecida. Segundo (MÜLER apud MONTESSORI, 2008- P. 56): O aprendizado é conduzido pelo próprio aluno e cabe ao professor acompanhar o processo e detectar o modo específico que cada aluno manifesta seu potencial. Este aprendizado fardamenta-se em dois princípios: a educação pelos sentidos (tato, paladar, olfato e visão) e pelo movimento (espaço da escola).

Não é apenas uma técnica de alfabetização, mas um sistema de educação. Os principais objetos são blocos de madeira, cubos, fitas e todo tipo de material que estimule a audição, o tato, a visão e mesmo a concentração. A educação dos sentidos é essencial.

A ESCOLA CONSTRUTIVISTA

O que é habitualmente chamado de construtivismo é a aplicação das teorias de aprendizagem de Jean Piaget. Para Piaget é fundamental permitir que a criança desenvolva suas próprias teorias e hipóteses a respeito da escrita e garantir o raciocínio, que não se desenvolve com a repetição mecânica de conteúdos. Segundo ele, cada vez que ensinamos prematuramente a uma criança algo que ela poderia ter descoberto por si mesma, esta criança foi impedida de inventar, e conseqüentemente de entender completamente o que lhe foi ensinado.

Piaget é o criador da Epistemologia Genética e defende que o indivíduo passa por várias etapas de desenvolvimento ao longo da sua vida. Segundo site Wikipedia (2009):

Para Piaget, a aprendizagem é um processo que começa no nascimento e acaba na morte. O desenvolvimento dá-se através do equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação. Segundo esta formulação, o ser humano assimila os dados que obtém do exterior, mas uma vez que já tem uma estrutura mental que não está "vazia", precisa adaptar esses dados à estrutura mental já existente. Uma vez que os dados são adaptados a si próprio, dá-se a acomodação

Sabe-se, porém, que Piaget não investigou sistematicamente a alfabetização, mas sim as pesquisadoras Emilia Ferreiro e Ana Teberosky se especializaram em alfabetização. Elas focaram suas investigações no conhecimento de “como lêem as crianças que não sabem ler “e“ como escrevem as crianças que não sabem escrever“,

Muitas escolas hoje se dizem construtivista.

O IDEAL

Com certeza diante de tantas teorias o ideal é que todas as escolas se preocupassem de fato com aquela que melhor consiga transmitir a seus alunos aquilo que seja mais importante para as suas vidas e seu crescimento como verdadeiros cidadãos preparados para enfrentar um mundo cada vez mais globalizado e informatizado.

Quando se fala que muitas escolas se dizem “Construtivista” não queremos dizer que as são de fato. O que se vê é uma grande mistura de teorias, métodos, práticas que nem sempre são adequadas ou realmente satisfatórias para preparar estes alunos para a grande caminhada de suas vidas via ao encontro de seu mundo adulto.

O ideal é que através de tantas teorias e práticas já colocadas em sala de aula sobressaíssem aquelas que realmente vão fazer das crianças pessoas capazes de pensar por si mesmas e de questionarem as coisas que acontecem ao seu redor.

A REALIDADE

Infelizmente o que mais vemos hoje são escolas perdidas em busca de profissionais mais bem preparados para atender a demanda de alunos que chegam as escolas sem nenhum interesse em aprender.

Não basta teorias e métodos que deram certo aqui e ali se não houverem profissionais de fato apaixonados por essas teorias e capazes de pô-las em prática.


CONCLUSÃO

Todos os teóricos que vimos e suas brilhantes teorias com certeza muito tem nos dado de caminho para termos uma construção de conhecimento em nossas salas de aula com a certeza que estaremos fazendo o correto para que nossos alunos cresçam sendo cidadãos de verdade, que compreendam sua posição neste mundo e que queiram estar inseridos em todas as mudanças que ainda virão pela frente.

Com certeza todos os teóricos têm em suas teorias importantes descobertas para que os profissionais da educação, seja infantil ou fundamental, possam sem dúvida preparar aulas mais dinâmicas e interessantes para seus alunos. Pois professores que se dizem “construtivistas”, mas que andam com o mesmo caderno surrado desde os tempos do magistério ou da faculdade, que no mínimo apenas passam a limpo a cada ano, sem dúvida só irão conseguir fazer com que nossos jovens se interessem cada vez menos pelos estudos e se aventurem cada vez mais cedo aos jogos eletrônicos tão competitivos e fascinantes.


REFERÊNCIAS

Disponível em: Métodos e Teorias Pedagógicas.< http://www.netdata.com.br/~ieeb/ieebmtd.htm>

Acesso em: 09 ago. 2009.

MÜLLER, Ana Paula Pamplona da Silva, apud Montessori. Pedagogia da Educação Infantil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Indaial: ASSELVI, 2008. p. 56.

Disponível em: Jean Piaget. < http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget>. Acesso em 08 ago. 2009.

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