quarta-feira, 27 de julho de 2011

Livro: Andragogia

















ANDRAGOGIA


A andragogia, arte e ciência de ajudar os adultos a aprender, distinguem-se da pedagogia, nomeadamente por diferentes pressupostos sobre o conceito de aprendente, o papel da sua experiência na aprendizagem, a disponibilidade para aprender, a orientação para a aprendizagem e a motivação para aprender. Caracterizemos então brevemente (e a traço grosso) cada um desses pressupostos, definindo assim fronteiras entre as práticas pedagógicas e as andragógicas.
Quanto ao conceito de aprendente, a pedagogia tende a considerá-lo uma personalidade dependente, pelo que compete ao professor assumir as suas responsabilidades nas decisões sobre o que deve ser aprendido, como e quando deve ser aprendido e se foi aprendido (avaliação), restando ao aprendente submeter-se às suas instruções. Em contrapartida, a andragogia tende a considerar o aprendente como uma personalidade autodirigida o adulto é alguém que alcançou um conceito de si próprio que lhe permite ser responsável pela sua própria vida, que tem uma profunda necessidade psicológica de ser compreendido pelos outros e por eles tratado com a conseqüente consideração pessoal, pelo que, se encontra em situações em que sente que os outros lhe estão a impor a vontade deles, sem a sua participação, nas decisões que o afetam, experiência sentimentos, nem sempre conscientes, aliás, de ressentimento e de resistência. Todavia, quando em formação, os aprendentes adultos, que dirigem a sua própria vida nas mais diversas situações (como trabalhadores, cidadãos, cônjuges, pais, usufrutuários de tempos livres...), como que regressam ao condicionamento escolar assumem dependências, pedem para ser ensinados e entram assim facilmente em conflito interno entre duas situações, em formação e fora dela, cuja gestão consome as energias que deveriam ser dedicadas à aprendizagem. A resolução desse conflito constitui um problema quer para os aprendentes quer para os formadores, que devem apoiá-los a definir e concretizar estratégias para ajudá-los a fazer a transição da situação de aprendentes dependentes para aprendentes autodirigidos; daí a recomendação da andragogia para que as ações de educação/formação de adultos se iniciem pela realização de atividades que promovam a orientação para a aprendizagem autodirigida.
Adultos retêm apenas 10% do que ouvem, após 72 horas. Entretanto serão capazes de lembrar de 85% do que ouvem, vêem e fazem, após o mesmo prazo. E as informações mais lembradas são aquelas recebidas nos primeiros 15 minutos de uma aula ou palestra.
Adultos se sentem motivados a aprender quando entendem as vantagens e benefícios de um aprendizado, bem como as conseqüências negativas de seu desconhecimento,
Adultos não gostam de ficar embaraçados frente as outras pessoas. Assim adotarão uma postura reservada nas atividades de grupo até se sentirem seguros de que não serão ridicularizados. Pessoas tímidas levarão mais tempo para se sentirem à vontade e não gostam de falar em discussões de grupos. Elas podem ser incentivadas a escreverem suas opiniões e posteriormente mudarem de grupos, caso se sintam melhor em outras companhias.
O ensino andragógico deve começar pela arrumação da sala de aula, com cadeiras arrumadas de modo a facilitar discussões em pequenos grupos. Nunca deverão estar dispostos em fileiras.
O professor afeito em ensino de adultos raramente responderá alguma pergunta. Ele a devolverá a classe perguntando “Quem pode iniciar uma resposta?” (“Quem sabe a resposta?” É uma pergunta intimidante e não deve ser utilizada).

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